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1/06/23 às 13h22 - Atualizado em 1/06/23 às 13h22

Em 4 meses, GDF perdeu R$ 325 milhões com a arrecadação de ICMS

Relatório fiscal de arrecadação foi apresentado na CLDF nesta quarta-feira (31) por técnicos da Seplad

 

Elaborado pela Secretaria de Planejamento,Orçamento e Administração (Seplad), o Relatório de Avaliação do Cumprimento das Metas Fiscais do 1º Quadrimestre de 2023 aponta que o Distrito Federal apresentou uma receita total de R$ 9,9 bilhões, contra uma despesa total de R$ 7,6 bilhões. O documento mostra ainda que apesar do saldo positivo de R$ 2,3 bilhões, houve perda de receitas no período.

 

Destaque maior é na arrecadação do Imposto Sobre Circulação de Mercadoria e Prestação de Serviço (ICMS), que sofreu com a queda de 9,7%. O percentual corresponde a cerca de R$325 milhões de perdas, apenas no primeiro quadrimestre de 2023. Vale lembrar que o ICMS corresponde a 45,5% de toda a receita tributária do Governo do Distrito Federal.

 

Além dele, houve também registro de diminuição de 25,4% na arrecadação do Imposto sobre Propriedade Territorial Urbana (IPTU); e a queda de 13,9% no recolhimento do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI).

 

“O Distrito Federal passa por um momento muito delicado. Primeiro em relação às leis complementares 192 e 194, que resultaram na perda acumada de R$ 1 bilhão na arrecadação do ICMS e agora, em função das possíveis perdas que podemos sofrer no Fundo Constitucional”, explicou o subsecretário de Contabilidade da Seplad, José Luiz Barreto durante audiência pública da Comissão de Orçamento e Finanças da Câmara Legislativa do DF, nesta manhã de quarta-feira (31).

 

O secretário executivo de Finanças da Seplad, Thiago Conde, alertou que a situação é delicada para todo o país. “Os entes federativos têm procurado compatibilizar suas despesas frente a esse fator exógeno que foram as Leis Complementares 192 e 194”. Para ele, a diminuição na arrecadação do ICMS tem comprometido as receitas. “Os reflexos são sentidos na poupança corrente inclusive. No ano passado, havíamos alcançado 96% da relação Despesa Corrente X Receita Corrente. Hoje, esse valor está em 95% e estamos preocupados em compatibilizar nossos gastos correntes frente ao novo espaço fiscal”, alertou Conde.

 

O secretário executivo ressaltou ainda a importância em buscar apoio junto ao Grupo de Gestores das Finanças Estaduais (GEFIN) para mudança no cenário nacional. “Todas as unidades da federação têm feito o que podem para aliviar o impacto dessas leis complementares, que acabaram permitindo uma série de descumprimentos das metas fiscais, mas não previram a perda da poupança corrente Isso é o que está afetando mais as unidades federativas”, desabafou.

Fundo Constitucional

 

Apesar de não constar do Relatório de Avaliação do Cumprimento das Metas do Primeiro Quadrimestre de 2023, o Fundo Constitucional do DF ganhou destaque durante a audiência pública de apresentação do documento na CLDF. Técnicos do Executivo local manifestaram preocupação com o futuro dos recursos após aprovação do arcabouço fiscal no Congresso Nacional.

 

“A questão do Fundo Constitucional tem um impacto muito forte no nosso presente e futuro. A alteração prevista tem tirado nosso sono”, salientou o subsecretário de Contabilidade da Seplad, Luiz Barreto. “O governador Ibaneis Rocha (MDB-DF) tem feito um trabalho hercúleo para reverter essa emenda danosa para o DF”, complementou.

 

Ele alertou que a proposta de alteração do cálculo de atualização dos valores do FCDF vai criar sérios problemas orçamentários ao longo dos anos. “Caso isso seja aprovado, teremos problema com a Saúde, Educação, Corpo de Bombeiros, além das polícias militar e civil. Temos um quadro muito avançado de aposentados e pensionistas e para fazermos esse reajuste salarial vai faltar recursos para investir em tecnologia. Vai ficar muito complicado”, detalhou.

 

Contas Públicas – 1º Quadrimestre/ 2023

Receitas: R$ 9,9 bilhões
Despesas: R$ 7,6 bilhões (Pessoal e Encargos Sociais: 50,98%; Outras Despesas Correntes: 42,59%; Investimentos: 2,38%; Amortização da Dívida: 2,08%; e Juros e Encargos da Dívida: 1,93%.

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